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Mães: Entre o Julgamento e o Acolhimento

Por Rose Shayenne | Pedagoga| Educadora Parental- Membra e protagonista Plataforma Mães Negras


Um convite à reflexão sobre o peso do julgamento e a importância da empatia na maternidade.



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Quantas palavras cabem para exaltar uma mãe?

Mas, ao mesmo tempo, quantas também cabem para criticá-la?

Ser mãe é um dos papéis sociais mais intensos e contraditórios que uma mulher pode exercer: o de participar da formação de outro ser humano.

Dias atrás, perguntei a uma colega que está prestes a dar à luz se ela estava ansiosa.

Ela respondeu com tranquilidade: “Não estou.”

E essa resposta, tão simples, me fez pensar.

Porque, no fundo, não importa o que dizem as teorias, os estudos, as dietas ou os

exercícios. Cada ser humano é único. Cada mãe é única. E, ainda assim, quantas são responsabilizadas por cada decisão, cada comportamento, cada erro dos filhos?

Vivemos em uma era de excesso de informação, de opinião, de cobrança. A sociedade parece ter criado um tribunal invisível onde a mãe está sempre no banco dos réus. Se o filho erra, a culpa é dela.

Se ele sofre, é porque algo “faltou” na infância. E assim seguimos, perpetuando uma lógica cruel que transforma o amor em culpa e a entrega em dívida.

Mas talvez o verdadeiro questionamento seja outro:

Que tipo de pessoas estamos nos tornando?

E que tipo de seres humanos estamos criando?

O acesso à informação nos deu ferramentas para compreender melhor o mundo, mas também parece ter nos feito mais intolerantes com as imperfeições dos outros. A empatia, tão falada e tão rara, se dilui em julgamentos apressados.

Queria poder abraçar cada mãe que sofre em silêncio.

Aquela que se sente insuficiente, que tenta ser tudo e ainda assim acha que não é o bastante. Maternar é enfrentar desafios diários, é renunciar e recomeçar. É amar e, muitas vezes, se culpar por amar tanto.

No entanto, em vez de acolhermos essas mulheres, seguimos apontando dedos.

Seguimos usando as histórias umas das outras como vitrine quando, na verdade, deveríamos usá-las como espelho.

Então eu me pergunto: Será que ainda sabemos o que significa sentir junto?

Que cada mãe possa encontrar em outra mãe ou simplesmente em outro ser humano um abraço que acolhe, e não um olhar que julga.

Porque, no fim das contas, ela já se cobra mais do que qualquer um poderia imaginar.


Rose Shayenne é uma mulher negra comprometida com o fortalecimento de mães solo de meninos pretos.


Gostou? Venha para a roda de conversa liderada por ela e pela Barbara Tavares, membra e protagonista de nossa comunidade:






2 comentários


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há um dia

Já nos cobramos mais do que qualquer um pode imaginar

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Exatamente

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