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Quando o corpo para a mente grita

Uma pausa em meio a pausa.



Oi, mãe!

Espero encontrá-la em um momento de presença.


Planejado, estou vivendo um momento de descanso das atividades profissionais. Mas, hoje a tarde, ao me deitar na cama para o sono da tarde com minha filha, ao som da chuva forte que cai lá fora, agradeci. E percebi que precisava vir falar com vocês sobre isso.


Bem no começo de dezembro, um passo em falso, a noite, me fez cair da escada de casa e torcer os dois tornozelos. Um acidente, uma má sorte, ou uma mera ocasião da vida. Acontece!?

Essa queda no começo de dezembro me obrigou a parar de várias formas:


Fisicamente, por me imobilizar e reduzir a minha capacidade de estar em tantos lugares que eu gostaria de estar, e me forçar a literalmente colocar os pés para cima para poder me recuperar.

Mentalmente, por me obrigar a desacelerar e parar de planejar coisas novas em um momento em que eu não sabia quando poderia realizá-las.


Ainda com compromissos a serem cumpridos em dezembro, me vi em uma luta interna diante de situações que me trariam alegria, mas que ao mesmo tempo me custariam um esforço enorme para articular conversas que eu não me sentia totalmente capaz de realizar. Tivemos eventos da comunidade em dezembro, e pude vivenciar a alegria de estar em um espaço seguro onde as demais participantes colaboraram e contribuíram para que tudo corresse bem. E que alívio poder confirmar mais uma das premissas que eu anelo para nosso espaço: eu não preciso conduzir tudo, saber de tudo, nem suportar tudo. Esse ambiente metafísico que se constrói coletivamente dá conta de se ajustar e orí-entar cada uma de nós para que atue conforme o fluxo precisa seguir. E nesse fluxo finalizamos o nosso primeiro ciclo, onde os caminhos se abriram para podermos identificar onde queremos estar no próximo ano.


Fomos para a encruzilhada.


Já se passaram oito dias desde a virada de mais um ciclo segundo o calendário, oito dias do dia que marca um período que muitas de nós para para pensar no ano que passou, nas realizações, experiências, dificuldades, superações... E também começamos a pensar no ano que se inicia, nos planos, objetivos, metas, prioridades. Oito dias que compartilhei nossas realizações, retrospectivas, e anunciei que entraria em descanso.


Esse tempo de descanso que a muitas de nós é negado, a mim chega como um privilégio de uma empreendedora negra que aos trancos e barrancos conseguiu se planejar financeiramente para experimentar viver em seu lugar de potência, lugar esse soprado em meu ouvido por muito tempo, pela ancestralidade que me guia.


Ao fazer essa primeira pausa enquanto empreendedora, descobri de forma dura que quando o corpo para, a mente grita, caso as contas internas não estejam em dia. E eu estava devendo.

Essa minha mente escandalosa, agiu quase que como uma criança pequena em sua maior birra, jogada no chão, se debatendo, tentando me dizer coisas que eu não conseguia entender.

Entre a ansiedade de me entender e a frustração de não me sentir desfrutar do descanso, percebi que faltava me ouvir.

De que adianta parar no presente com a mente pensando no que passou ou no que vai acontecer no futuro?

Me perguntei e a resposta veio sem massagem.

Me obriguei a estar presente comigo mesma.


E nessa presença venho aprendendo a sentir a dor da carência do meu próprio cuidar, ao mesmo tempo o deleite das alegrias mínimas que cada pequena ação traz. Estou ajustando a alimentação, construindo a rotina de exercícios, organizando o espaço físico, separando as roupas que não servem mais. Roupas essas que ainda estavam expostas como um quadro intimidador daquilo que eu não consigo ser mais.

Agora sigo assumindo e reforçando aquilo que eu quero ser.


E o que eu quero ser?

Quero ser a criadora de mim mesma, e quero que você também possa ser.

Por isso, estou tomando esse tempo de cuidado, e vindo aqui para lembrá-las que vocês fazem parte de mim, e eu faço parte de vocês. Eu sou por que nós somos.


A partir desse cuidar espero ir retomando as atividades a partir do dia 15 de janeiro, com energia vital renovada, para seguirmos juntas nosso caminho de prosperidade e bem viver para todas as mães negras do Brasil!


Obrigada por estarem aqui!


Com afeto,

Thaís Almeida Lopes


Recados importantes:


Se você se tornou membra recentemente, peço que veja o seu e-mail com as orientações, e logo mais quando retornarmos entraremos em contato pelo seu whatsapp para nos conhecermos e te auxiliarmos na jornada de chegante.


Enquanto isso, reforço a todas que a nossa pesquisa de retrospectiva está aberta até o dia 14/01/2024 para que vocês possam indicar como foi a experiência no último ciclo mas também indicar como pretendem interagir no próximo, trazendo também suas observações e contribuições para que possamos evoluir sempre. Responda a pesquisa clicando aqui.



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4 Comments


Quanta ternura neste texto! Obrigada por construir esse espaço de acolhida e fortalecimento!

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Gratidão!

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"Tudo o que nois tem é nois", que vejo no seu texto e nas suas palavras! Também "fui obrigada" a parar justamente no último dia do ano que passou! O campo é o campo e fala com a gente muitas vezes de forma sutil ou de forma drástica, mas sempre com amor a nós! Obrigada por tanto Tha! Ansiosa para os próximos passos da nossa Comunidade.

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Me enxerguei em suas palavras Thah… Sigamos firme em nossas lutas e propósitos. Que possamos continuar parte umas das outras… “Eu também sou porque todas nós somos”!

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