por Thaís Lopes
Quando penso em Ujamaa, um dos princípios de Kwanzaa, sinto que ele traduz muito do que tem guiado a minha jornada como mulher negra, mãe e fundadora da Mães Negras do Brasil.
Ujamaa, que significa “economia cooperativa”, me faz refletir sobre como a coletividade sempre esteve no centro das nossas estratégias de existência, resistência e, mais que isso, de construção de futuro.
Foto 1: Primeiro encontro presencial em Osasco/SP - Celebração de 6 meses (Setembro,2023)
Meu nome completo é Thaís Almeida Lopes, sou mineira, passarinheira, aquariana e sonhadora. Minha trajetória nunca foi linear, mas eu sempre, sempre, olhei o mundo com olhos de abundância.
Profissionalmente, venho do mundo da engenharia e da estratégia empresarial, mas foi no encontro com a maternidade e com as questões raciais que eu enxerguei a potência de reunir mulheres negras, mães como eu, para criar algo verdadeiramente transformador.
Não foi um sonho solitário.
Foi o chamado de muitas vozes – vozes que ecoavam as histórias de nossas ancestrais, que sempre entenderam que resistir não é um ato individual, mas comunitário.
Foto 2: Convite para os primeiros encontros de construção de ações coletivas quando ainda éramos um projeto (Março,2023)
Mães Negras do Brasil é minha forma de colocar Ujamaa em prática.
É um espaço onde cada mãe negra que chega traz sua força, seu talento e, ao mesmo tempo, encontra uma rede que a apoia.
Aqui, pela força do coletivo, oferecemos ferramentas para empreender, mentorias para crescer e, principalmente, um lugar de pertencimento.
E não é só sobre negócios.
É sobre reimaginar uma economia que funcione para nós, que reconheça o valor das nossas histórias e do nosso trabalho.
É criar um ambiente onde uma mãe negra pode ser empreendedora sem precisar abandonar seus sonhos ou sua família.
Foto 3: Primeira mentoria coletiva da plataforma, com Kamini, de Salvador. (Maio,2023)
Escolher Ujamaa é, para mim, um ato político e pessoal.
Vivemos em um mundo que nos ensina a competir, a lutar sozinhas, a buscar um lugar à mesa sem questionar quem a construiu.
Mas eu acredito em outro caminho.
Acredito que, quando nos unimos, criamos não só um lugar para nós, mas uma mesa inteira que pode sustentar nossas comunidades.
Quando vejo mães negras aqui na plataforma crescendo, se ajudando e criando juntas, sinto que estamos honrando nossas raízes e abrindo possibilidades para quem vem depois de nós.
Ujamaa nos ensina que a nossa prosperidade está conectada, e que ninguém precisa caminhar sozinha.
Foto 4: Eu, Thaís Lopes, trabalhando no desenvolvimento da plataforma.
Neste Kwanzaa, enquanto celebramos Ujamaa, eu te convido a refletir: como podemos, juntas, construir um futuro onde o coletivo seja mais forte do que as adversidades que enfrentamos?
Como você pode apoiar iniciativas que colocam esse princípio em prática?
Para mim, a resposta está em ações simples, mas poderosas: consumir de negócios de outras mães negras, fortalecer redes de mulheres negras empreendedoras e, acima de tudo, acreditar que nossas histórias importam e que temos o direito de prosperar.
Ujamaa não é só um princípio.
É um jeito de viver, e é o que me move todos os dias.
Porque, no final, prosperamos melhor quando prosperamos juntas.
Que 2025 seja maravilhoso para todas vocês, e que juntas sigamos plantando prosperidade!
Com afetos,
Thais Lopes
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