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Dormindo com os Ancestrais

O que as Culturas Africanas e os Povos Indígenas Brasileiros nos Ensinam Sobre a Posição de Dormir

Por Luciana Pereira | Business Organizer & Mentora Espiritual - Membra e protagonista Plataforma Mães Negras


Dormir nunca foi apenas descanso. Para muitas tradições africanas e indígenas brasileiras, o sono é uma travessia espiritual, um momento em que o corpo repousa, mas o espírito caminha por outras dimensões, encontra ancestrais e recebe mensagens do invisível.


Por isso, a forma como nos deitamos – a direção da cabeça, o lugar da rede, da cama ou da esteira – é carregada de significados. A posição do corpo durante o sono é entendida como um mecanismo de proteção, equilíbrio e conexão com a natureza.


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Sabedoria Africana: O Corpo Alinhado ao Sol e aos Ancestrais

Entre os povos Bakongo, da região do Congo e Angola, o ato de dormir se conecta ao ciclo do sol. Dormir com a cabeça voltada para o Leste é estar em sintonia com o nascer do sol, com a vitalidade e o renascimento. Dormir com a cabeça voltada para o Oeste é se aproximar do pôr do sol, espaço da ancestralidade, da memória e da morte simbólica.


Entre os Iorubás, da Nigéria, Benim e Togo, a cabeça – chamada ori – é sagrada, portadora do destino de cada pessoa. Por isso, nunca deve estar exposta a passagens ou entradas. É recomendada a proteção da cabeceira contra uma parede firme, garantindo segurança espiritual durante o sono.


Já os Akan, de Gana, acreditam que o sono é uma forma de “ensaio da morte”. Assim, deitar-se com a cabeça vulnerável ou em locais de passagem era considerado perigoso, pois abria espaço para ataques espirituais.


Sabedoria Indígena Brasileira: Dormir em Harmonia com a Comunidade e a Floresta

Entre muitos povos indígenas brasileiros, o leito não é cama, mas rede, esteira ou chão batido. Ainda assim, a posição do corpo ao dormir carrega ensinamentos profundos.


Tupi-Guarani:

A rede é colocada de modo que a cabeça esteja protegida por parede ou tronco, enquanto os pés ficam voltados para o fogo da oca. O fogo aquece e também protege contra espíritos errantes da noite.


Xinguanos:

Costumam dormir em círculo ao redor do fogo central, que não é apenas fonte de calor, mas guardião espiritual da aldeia. Assim, mesmo no sono, a coletividade se mantém protegida.


Yanomami:

Evitam dormir sob a abertura central da maloca, entendida como caminho por onde descem espíritos e forças do céu. Preferem as laterais, próximas à estrutura firme de madeira, onde a proteção é maior.


Saberes que se Encontram

Apesar da distância geográfica, as tradições africanas e indígenas brasileiras compartilham um ponto essencial: o sono é um estado de vulnerabilidade espiritual. E por isso, a posição do corpo ao dormir não é aleatória, mas cuidadosamente escolhida.


A cabeça deve estar protegida.


Evita-se dormir em locais de passagem.


O corpo deve se alinhar às forças da natureza – o sol, o fogo, a terra, a coletividade.


Esses saberes revelam que, para além do conforto, dormir é também um ato de cuidado espiritual e ancestral.


Conclusão

Dormir em harmonia com a natureza e em respeito aos ancestrais é uma forma de fortalecer o corpo e a alma. Nas tradições africanas e indígenas brasileiras, cada posição do corpo durante o sono é carregada de memória, proteção e espiritualidade.


Assim, cuidar de onde e como deitamos é também uma forma de honrar nossas raízes, manter viva a sabedoria dos povos ancestrais e despertar para um sono verdadeiramente restaurador.


Luciana Pereira | Business Organizer & Mentora Espiritual


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